sexta-feira, setembro 29, 2006

Palpites e idéias chupadas para um achismo sobre o gosto

O gosto, entendido como preferência (eu gosto de rock...), está entre os temas que me parecem intrigantes e por isso mesmo me interessa. Ainda não tenho bem certeza do que procuro, mas penso que tenha a ver com aquilo que provoque o gosto, aquilo que seja sua causa. Bourdieu afirma que o gosto está ligado à idéia de distinção social, o que parece bem plausível. Diz o sociólogo que os produtos classificam o classificador, em outras palavras, aquilo que compro (roupas, discos, livros...) por julgar de bom-gosto, automaticamente reverbera sobre mim sua condição, seu status (seja lá qual for). Somos 'lidos' pelas outras pessoas através de nossas escolhas, através daquilo que consumimos e, obviamente, através de nossas práticas, condutas. Os produtos e práticas seriam utilizados, portanto, com a finalidade de nos posicionarmos dentro daquela classe que consideramos a do bom-gosto. Agora, se depositamos muita confiança nessa perspectiva (o gosto serve para demarcar a classe), acaba-se, chuto eu, por aniquilar a idéia de fruição: assim, descendo da generalidade, se compro um disco para me enquadrar dentro da classe que pretendo, onde vai parar o prazer (a fruição) de ouvir aquele disco? Será apenas ilusório, ou seja, o prazer que tenho advém na verdade por estar dentro do grupo que pretendia e não pela assimilação sonora propriamente? Talvez mais apropriado seja pensar a distinção de classe em conjunto à idéia de fruição. Talvez o propósito do gosto articule ou considere estas duas variantes. Que achas?

sábado, setembro 16, 2006

Referências

Em busca da Verdade, a Modernidade cunhou especialistas para fazer frente ao saber divino. Uma minoria bem letrada (elitista nalguns casos) que, a princípio, debruçar-se-ia sobre a complexidade do mundo para a seguir devolver respostas e saídas aos problemas cotidianos. Hoje, ao que parece, os especialistas têm um forte papel entre nós. Doenças? Vá ao médico. Informações, procure os jornalistas. Dinheiro, conversem com economistas ou psicólogos... Há especialistas em todas as áreas. Eles conquistaram espaço, nós acreditamos no que dizem. Se não o fizermos, em quem iremos crer? Santos de novo? Rondando a net à procura de informações sobre candidatos, encontrei algo interessante: a intelectualidade está em apuros. Na verdade, em apuros estamos nós, a plebe analfa. Aqueles que, em tese, poderiam dar-nos dicas sobre o que atentar a cada candidato, esclarecer que programa se mostra melhor ao País, estão em conflito. Há gente (grande) defendendo os 3 candidatos. Daí as dúvidas:

a) Os três seriam igualmente bons (ou ruins!)? Ao eleitor caberia apenas um exame de gosto?

b) Os intelectuais são corruptos? Aceitaram propina para defender os candidatos?

c) É tudo uma questão de ponto de vista, tudo é muito relativo?

d) O mundo mudou, os extremos se transformaram numa massa insdistinta, esquerda, direita, cima, baixo é tudo muito parecido?


Vote Heloísa Helena
“Chomsky, Loach e outros intelectuais apóiam Heloísa Helena”
Vote Lula
“Um manifesto de intelectuais pró-Lula”
Vote Alckmin
“Os intelectuais em campanha”