quarta-feira, abril 25, 2007

Logo depois que nos cumprimentamos, sentei no sofá, com chá de maçã. Lívia apagou a luz, sem dizer nada, me puxou, sentamos no chão, ela começou a abrir os botões de minha camisa. Shhhh, ela fez no que eu falei da xícara de chá, bico calado, ordenou. Deitei já sem calças, os dedos dela remexendo meus pentelhos. Puxei-a contra meu peito, sua língua me aquecendo, preciso ir no banheiro, ela interrompeu, vou contigo, adverti, e fomos, nus, eu mirando a celulite na bunda submissa ao dragão. Não vou fazer xixi, João.

Estou no quarto de Lia, a filha, remexo, cds, antidepressivos, pontas de fumo, livros, algumas fotos, meu pau me ameaça endurecendo no armário de calcinhas, rendas, desenhinhos nas de algodão, mas é o perfume do travesseiro que me aflige. Saio do quarto, Lívia está no chuveiro, meu pau está duro demais, ando pela casa sem saber onde parar, a ponta acesa na boca, os olhos na brisa da sacada, na cabeça o pedido de bebida. Toca o telefone, não pára mais de tocar, Lívia vem se secando, eu estou na brisa da sacada, o pau duro, socando, queimando. Era meu marido, diz Lívia, meu ex-marido. Eu rio alto, Lívia me bota na boca, vai, ela pede, eu vou, vou todo pra ela em três berros.

Estou chupando a boceta de Lívia, no sofá. Ela fuma e na fumaça vai sua vida, não pude ler o letreiro do ônibus ontem, não sabia mais, vi as letras, não consegui somá-las. Fumei um com o garoto do trabalho, já te falei isso, mas não contei que ontem fui na casa dele e trepamos. Lívia ri, ri em desespero, dizendo que está grávida do garoto do trabalho, diz ter certeza que sua porra está toda nela e tomando forma, vai se chamar Joãzinho. Mando calar a boca, ela lança o punho contra minha cara, seguro-a pelo pescoço e digo que fala besteiras, que não engravidou nem trepou com ninguém. Não trepei, ela confirma e arrota. Quero chorar um pouco, João. Pego-a no colo, voltamos pra sacada, ponho-a no beiral com as pernas pra fora, Lívia balança as pernas, as tetas acompanham o movimento, eu me desenlaço daquela mulher e cochicho abra as pernas. Lívia, apoiada em mim, se acocora no beiral, abra as pernas, eu repito e aponto um moleque na janela do prédio em frente, olho o rosto, a mulher ri, os dentes todos à mostra, amasso as tetas, brinco nos bicos. Já podes chorar.

O telefone volta a tocar. É Lia, podes buscá-la?

Desço a Blumenau, quebro na Max Colin, mais umas quadras, é aqui, é ela ali. Cadê minha mãe? Dor de cabeça, digo, entra. Onde tem cerveja aqui perto?, pergunto. A menina Lia demora a responder. Aqui, pára aqui. Um bar. Tem as tetas grandes da mãe, meu pau deve estar com a saliva de Lívia, tem fumo?, peço, e vejo a menina investigar o maço de cigarros, só uma ponta, ela responde, vamos acelerar nessa cerveja, concluo. Assim que nos afastamos do bar, Lia abre a bolsa e tira uma bala, só tenho uma, ‘tá a fim? A bala se parte na boca da menina, vou buscar minha metade, reclama da barba, reclama do bafo, mas fico nela, língua de morango. Vamos pegar o carro, falo acelerando o passo. Conheço um lugar legal, é pertinho, ela diz saidinha, não dou piu, apenas mando abrir o vidro, peidei feio e gargalho achando que não findarei mais o riso. Sobe aí, diz Lia, paro o carro, estamos na subida do motel, um cigarro, anda!, peço dando tapinhas nas coxas da menina, e vou embora.

Moro aqui... Ligo a tevê, desligo, ouço minha barriga grunhir e um tesão chegando, no banheiro, pia, lavo o pau, Lia me observa, comeu a minha mãe, hoje?, ela atira, não, respondo, nunca trepamos, sou amigo da tua mãe, só. Ligo o chuveiro, sento no bacio, vem cá, Lia entra, e começo a despi-la, uma tattoo perto da buça, uma coisa noutra língua, minha cabeça não entende, mas minha carne já montou e chacoalha na menina, na queda algo de meu corpo estalou e ficou rosnando, senti a menina Lia espernear, talvez não quisesse, talvez eu devesse calar sua boca. O sangue do meu dedo aberto era o mesmo de trinta pequeninas poças pelo chão, meu pau ainda estava duro, todo na calda da menina, que repetia vou vomitar, vou vomitar. Senti que precisava mais uma esporrada, e sabia que esta ia demorar. Poupei a boquinha.