quinta-feira, outubro 19, 2006

De pau duro. Tenha medo. Era assim que eu estava naquela sala, carne num tapete, posição meio de índio, sem camisa, sem cueca nem calcinha. Eu mirava o cabelo rosa da mulher-boneca, ela, os olhos, numa reta direto pro meu. Estendeu a mão, eu fui de rosto tocá-la, a palma colou minha bochecha, cerrei a vista acendendo a pele, tocou-me no pau, veio um sussurro que não decifrei nem soube se meu, em seguida um hálito fervendo e úmido escorregando, percorrendo linda. Nada tinha de seguro, embarquei naquilo, simples, movimento que não era eu, que só me fazia oscilar assim: não tinha palavra, só um impulso que não se entendia, o corpo indo. Vou gozar, disse, ela disse, agora eu sabia, ela. Segure minha boca, abafei-a como pude, explodindo entre seus dedos, escorrendo em sua barriga, ela num ‘ah’ extenso mas abafado, eu morrendo.