quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Sentei, cruzei as pernas, como ela pediu. Ficamos um metro. Confidenciou sem pudor que tinha se excitado na noite passada ao assistirmos o filme juntos. Sua vez, disse. Não tire o olho de mim, João, é nosso trato, seu olhos eu quero aki em mim, esfregue-os no meu peito, lambuze-os na minha boceta, mas não os tire de mim! Assenti. Não tive prazer, Lia, ontem, no filme, não tive prazer, senti apenas que tinha que cuidar de você. Lia, uma espada de olhos. Tenho vontade de dizer junto, João, que és o cara mais idiota que conheci, porque tenho vinte e um, as tetas empinadas. Mas junto disso, cara, preciso te conferir o nome companheiro. Começou a chorar. Fui na direção. Me veio a dor no peito. Não, não era no peito. Tentei segurar Lia, um abraço, mas antes minhas pernas foram contra mim. Me ajoelhei e a lágrima de Lia socou meu soluço pra fora. Perdi meu corpo ali, quis abraçar e me vi um acúmulo de carne informe tendo espasmos. No instante mais lúcido chorei fraco por ter babado no vestido de Lia. Dissemos, laceramo-nos com nossos sons de asco e tesão. Pedi que a vida terminasse ali, eu em Lia.